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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Jonílson dribla tristezas do passado como animador oficial do São José

Com passagens por vários clubes do Brasil, jogador usa a alegria para descontrair o ambiente da Águia do Vale e superar dores da vida

Por Danilo Sardinha São José dos Campos, SP
Jonílson é um cara de bem com a vida. Aos 34 anos, ainda tem o semblante de menino.  De riso fácil e com uma brincadeira na ponta da língua, é a atração no dia a dia do São José Esporte Clube, da segunda divisão de São Paulo. Chega ao treino esbanjando animação. Em poucos minutos, dá logo um peteleco na orelha de um, faz uma gozação com outro... Não deixa escapar nenhuma oportunidade de fazer aquilo que mais gosta: alegrar o ambiente da equipe.
O volante Jonílson, do São José, ao lado do roupeiro Noel (esquerda) e do massagista Ademir (direita) (Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com)O volante Jonílson ao lado do roupeiro Noel (esquerda) e do massagista Ademir (direita). Trio garante a diversão nos bastidores da Águia do Vale (Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com)
Contratado pela Águia do Vale no início deste mês e com passagens por Botafogo, Cruzeiro, Vasco, Atlético Mineiro, dentre outros, o volante afirma ter essa característica há bastante tempo. Gosta de cultivá-la para ser bem quisto por todos.
- Tenho essa facilidade de brincar com um e com outro. Sou brincalhão desde quando comecei a jogar. As pessoas dizem que é difícil me ver de cara feia. Não que eu não tenha problemas, mas sou alto astral mesmo.  É bom estar em um lugar e as pessoas pensarem: “nossa, que cara gente boa” - afirma o jogador.
Apesar de ainda ter pouco tempo no clube, Jonílson já é figura marcante no elenco do São José. O massagista e o roupeiro da Águia que o digam. Ademir e Noel são constantes alvos das brincadeiras do jogador. Mesmo durante a entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o volante não perdia a chance de tirar sarro com os dois quando passavam em frente ao vestiário do estádio Martins Pereira.
O volante Jonílson, do São José, brinca com o meia-atacante Leandrinho durante o treino (Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com)Jonílson brinca de ser repórter com o meia
Leandrinho durante o treino do São José
(Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com)
O técnico Márcio Bittencourt vê com bons olhos a postura do jogador fora das quatro linhas. Segundo ele, é bom o grupo ter atletas que deixam o ambiente descontraído. O meia-atacante Leandrinho é outro que se diverte com o companheiro.
- Ele é uma figura. As pessoas até brincam que ele chega bêbado no treino, porque já vai zoando todo mundo (risos).  O Jonílson é um cara muito simples e amigo do pessoal. Chegou e se entrosou rápido com o time - comenta o jogador.
Alegria por onde passa
A facilidade de entrosamento também aconteceu em outras equipes. Quando defendeu o Botafogo, em 2005, Jonílson diz que as brincadeiras o ajudaram a se enturmar com o grupo de jogadores. Dessa fase, tem uma recordação que o ainda faz dar risada quando é lembrada.
Contratado pelo Botafogo após boa passagem pelo Volta Redonda, ele chegou ao Fogão acanhado. A timidez era causada pelos jogadores experientes que estavam no elenco, como o zagueiro Scheidt e o lateral-direito César Prates.
- É difícil você chegar e sentar na mesa perto dos caras. Você fica um pouco retraído. Mas teve um dia que eu falei: “Vou sentar aí também. Vou derrubar essa panela”. Só que a minha panela não fazia nem miojo e a deles já cozinhava até galo velho. Daí todo mundo gostou do que eu falei e começaram a rir. Depois disso, comecei a brincar com todos - recorda.
Eu brinco demais fora de campo, mas dentro procuro ser um leão. É lá onde está o meu ganha-pão"
volante Jonílson
Risos para apagar lágrimas
Jonílson carrega o sorriso no rosto não apenas para animar o ambiente do clube. A alegria, na verdade, foi uma forma encontrada pelo jogador para driblar a tristeza de um passado marcado por dor e dificuldades.
Aos dez anos, o atleta ficou órfão de pai e mãe. Mudou-se com os irmãos mais novos para a casa da tia logo depois. As condições não eram boas. Para o sustento deles, muitas vezes pediu comida na rua.
O volante Jonílson, do São José Esporte Clube (Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com)Atleta tenta ajudar a Águia do Vale conquistar o acesso ao Paulistão (Foto: Danilo Sardinha/Globoesporte.com)
- Até hoje é uma dor difícil de superar. Quando chega o Dia dos Pais, o Dia das Mães, eu sinto muito. Vou sentir a falta deles pelo resto da minha vida. Mas, por eu ter passado isso, procuro agora transformar em alegria.
- Às vezes, acontece alguma coisa que você vem trabalhar um pouco triste. Então, nada melhor do que você chegar, escutar uma música e encontrar um ambiente legal. Seus problemas acabam ficando do lado de fora. Você pensa: “eu tenho que ajudar aquele amigo porque ele está tentando me ajudar”. Esse é meu jeito de ser. Fonte: Globo Esporte

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