Secretaria concede entrevista sobre operação que libertou jovem sequestrado
Publicado em: 24 de julho de 2012 | Por: Wallace Maxsuel.
A Secretaria de Estado da Segurança
Pública e da Defesa Social (Sesed), por meio da Divisão Especializada de
Investigações e Combate ao Crime Organizado (Deicor), apresentou na
tarde desta terça-feira (24) detalhes da operação que resultou na
libertação do jovem Porcino Segundo, 19 anos, que estava sequestrado há
37 dias. Dois cativeiros foram ‘estourados’, quatro sequestradores foram
presos e um morreu no confronto com os policiais. A vítima já está sob
os cuidados de familiares, em Natal.
A delegada Sheila Freitas, que coordenou
os trabalhos da Deicor, disse que a quadrilha composta por uma mulher e
quatro homens, todos cearenses, ameaçaram várias vezes matar o rapaz,
conhecido como “Popó”. “Os sequestradores fizeram o primeiro
contato com a família da vítima quinze dias depois. Apesar de os
bandidos dizerem que a polícia deveria ficar longe do caso, a polícia
começou as investigações e em nenhum momento participou de qualquer tipo
de negociação que teria sido mantido entre os parentes de Popó e os
criminosos. Não foi pago nenhum resgate. A parceria do trabalho policial
com o Poder Judiciário foi fundamental para o resultado positivo. Se
não fosse a juíza Valentina Damasceno, de Ceará-Mirim, nosso trabalho
teria sido muito prejudicado”.
Sheila Freitas afirmou que, desde que
foram informados sobre o desaparecimento de Popó, dia 16 de junho em
Ceará-Mirim, ela e seus policiais tinham consciência que o mais
importante era libertar o rapaz, mesmo que não fosse preso nenhum
marginal. A delegada acredita que, pelo menos, dez pessoas participaram
do esquema criminoso e alertou que as investigações continuam. Uma casa
em Parnamirim e outra na praia de Pitangui – de onde Popó foi libertado –
foram usadas como cativeiro.
Equipes da Deicor, Delegacia Geral de
Polícia Civil, Centro de Inteligência da Sesed e Núcleo de Inteligência
da Polícia Civil (NIP) participaram da operação. “Quero,
neste momento, homenagear meus policiais, todos que participaram deste
trabalho. Todos são policiais porque amam o que fazem. Aqui foram
deixados filhos, marido, mulheres, noites de sono, tudo para termos esse
resultado. E não fizemos isso, como já estão dizendo por aí, porque
Popó é de uma família que tem condições financeiras. Nós trabalhamos em
várias operações que salvaram outras vítimas e prenderam bandidos. Este é
o nosso trabalho e temos orgulho de fazer parte da polícia do Rio
Grande do Norte”, disse, emocionada, sendo aplaudida por colegas de profissão e jornalistas que acompanhavam a entrevista coletiva.
Sheila Freitas ainda confirmou que os
marginais acompanhavam o noticiário sobre o sequestro pela imprensa,
principalmente pelos blogs. “No começo, houve uma
movimentação maior da imprensa, mas com o passar do tempo somente alguns
blogs ficaram divulgando, o que prejudicou nosso trabalho, pois os
bandidos ficaram mais agressivos e a cada notícia publicada eles
ameaçavam mais a vítima, dizendo que iriam matá-la”.
Os cinco acusados foram localizados
hoje. São eles: José Orlando Evangelista Silva, 42 anos, preso no
conjunto Pitimbu, zona Sul de Natal; Paulo Victor Lopes Monteiro, 25
anos; sua mulher Bruna Pinho Landim, 22 anos; Anderson de Souza
Nascimento e um homem conhecido como ‘Cabeça’, extraoficialmente
identificado como José Erisvan, que morreu ao trocar tiros com os
policiais, na casa em Pitangui.
Paulo Victor Lopes Monteiro é filho de
um coronel da reserva da Polícia Militar do Ceará. Anderson Nascimento
foi atingido em um braço e um pé, sendo socorrido para o Hospital do
Santa Catarina, de onde foi transferido, no começo da noite, para o
Hospital Walfredo Gurgel.
Com a quadrilha foram apreendidas duas
pistolas – uma ponto 40 e outra 9 milímetros – e uma submetralhadora,
todas armas de munição de uso restrito das Forças Armadas e polícias,
além de um par de algemas, celulares, uniforme da PM potiguar, munição,
óculos de mergulho, correntes (usadas para prender o sequestrado pelo
tornozelo) e um notebook, de onde os bandidos tinham acesso à internet
por meio de um modem.
O secretário-adjunto de Estado da
Segurança Pública e da Defesa Social, Clidenor Cosme da Silva Júnior,
que acompanhou toda a investigação e participou da diligência do final
da manhã de hoje (24), confirmou que os marginais acompanhavam
noticiário do sequestro pela imprensa, por meio da internet. Ao ver os
policiais chegando, lembrou Silva Júnior, ‘Popó’ disse: “Graças a Deus, vocês chegaram”.
Aparentemente, de acordo com o secretário, a vítima estava tranquila e
só foi agredida fisicamente no momento da abordagem pelos
sequestradores. “No cativeiro, ele disse que era alimentado, tomava água e até uma televisão recebeu nos últimos dias”.
José Orlando Evangelista Silva e Bruna Pinho Landim
Paulo Victor Lopes Monteiro Fonte: Blog Wallace
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