Vai! Segura! Olé! O falatório do vôlei da praia na vitória de Juliana e Larissa
Barulho constante marca festa no Horse Guards Parade, que tem corneta como sinal para grito uníssono e diálogos curtos da dupla brasileira
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Juliana e Larissa vibram com a conquista demais um ponto contra as alemãs (Foto: AFP)
De tudo que é falado na festa do vôlei de praia, no entanto, nada é mais repetido do que uma palavra típica do futebol: “Olé”. Não importa a ocasião, não importa de quem foi o ponto. Na verdade, não importa nem se a bola está em jogo. A todo instante, o som de uma corneta dá o sinal, toda a plateia levanta os braços e grita: “Olé”. Já o posto de mais falante, não há dúvidas, fica com o narrador oficial do evento, que, de forma incansável, comenta cada jogada, detalhe e, claro, joga a favor do falatório:
- Faz barulho quem está torcendo para o Brasil! Faz barulho quem está torcendo para a Alemanha! – ordenava a todo instante.
Nos raríssimos momentos de silêncio – entre o saque e a definição do ponto -, os ouvidos se voltavam para a quadra. Nesse momento, tornou-se possível escutar o papel de Juliana e Larissa no falatório.
- Erro meu, erro meu... – foram as primeiras palavras de Larissa após vacilo que quase resultou no primeiro ponto das adversárias, com 3 a 0 a favor no placar do primeiro set.
Foi a única lamentação em alto e bom som do set inicial, marcado por incentivo e orientações. Quase sempre monossilábicas:
- Vai, vai, vai! Vem! Boa! – diziam, intercalados também com o “segura” nas decisões de subir a rede para arriscar o bloqueio ou ficar parada na tentativa de defesa.
Para os britânicos, apenas uma declaração em comum: “Out (fora)” , que funciona para comemorar um ponto em erro adversário ou avisar à companheira que não se esforce em um ponto “garantido”.
Houve também momentos de sintonia com as arquibancadas, principalmente por parte de Juliana. Mesmo que virada para rede, ela incentivava a parceira com um “Vamos, Larissa” antes dos saques, em atitude repetida algumas vezes por faladores solitários das arquibancadas.
A vitória sem sustos contou ainda com alguns momentos de desabafo de Larissa, que soltou um palavrão ao ver um ataque parar na rede e reclamou pouco depois após levantamento de Juliana fora da medida:
- Que bola m...
Momento de exceção em uma partida marcada pelo “vamo!” a cada ponto comemorado e com recado para os brasileiros diante das câmeras, ainda na quadra, após o ponto final. A partir daí, o idioma oficial do falatório passou ser a o russo e o grego da dupla que se enfrentou em seguida. Antes, porém, soaram as cornetas: “Olé!”.
Fonte: Globo Esporte

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