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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sociólogo fala sobre o 7 de setembro

bandeira-abr300.jpg                                                              A independência só vai acontecer com o fim das desigualdades sociais, destaca o especialista
No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe regente do Brasil, dom Pedro, declarou a independência do país, determinando a separação política de Portugal. Todos os anos, a data é comemorada por escolas, governos estaduais, municipais e federal, com desfiles e apresentações, entre outros eventos. Neste ano, também será marcada por alguns protestos, como a “Marcha contra a corrupção”, em Brasília, e a uma manifestação de mulheres de militares. Além de diversas outras passeatas contra a corrupção que estão programadas para acontecer em várias cidades do país.

Para o sociólogo Rodrigo Estramanho de Almeida, professor da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Politica de São Paulo), “a democracia no Brasil é de caráter misto, desde a Constituição de 1988, pois além de ser representativa ela é participativa”. Portanto, “movimentar-se em direção ao interesse de seus grupos, pela ampliação dos direitos, é muito importante e vital para fazer valer a democracia”. “E, aproveitar a data como mote é muito oportuno. Você preenche esses espaços simbólicos com motivos da atualidade, com preocupações conjunturais”, diz.

Segundo o professor, sem uma pesquisa específica não é possível afirmar se a data mexe com o patriotismo da população, mas, “podemos falar que, o que se constata por meio de outras pesquisas, avaliações e a partir de leitura, é de que a cultura política do Brasil é muito rarefeita”, diz. Em geral, “as datas comemorativas não costumam ser datas que incitam festas, cortejos e celebrações, basicamente são festas oficiais e, para a maioria da população acaba sendo um feriado”, completa.

Futuro 

Isso porque o movimento de independência não foi uma revolução, “foi um acordo entre as elites naquele momento. O povo não participou. Tendo isso em vista, a gente pode imaginar qual o tipo de política passa a existir a partir desse evento”, avalia. “Na verdade, são datas que simbolizam o pacto entre as elites”, diz ainda.

Segundo o sociólogo, no movimento de independência do país é evidente ocorreu uma transformação, mas não houve, por exemplo, avanços sociais e políticos, ou uma reestruturação da ordem econômica. Assim, “como isso vai entrar para a cultura política? Como uma situação distante da atitude de valorização nacional”, opina.

Apesar do movimento da independência não ter tido uma participação popular, Almeida acredita que datas como essa “são importantes como memória. Mas os olhos têm que estar no futuro, pensando no passado para não repetir a mesma história”, alerta. Para ele, “independência só vai acontecer com o fim das desigualdades sociais”.
fonte:band.com.br

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