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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Mãe de um dos presos na Chatuba afirma que filho é inocente

Ao todo, 19 pessoas foram presas e um menor, apreendido na comunidade.
Traficantes são procurados por chacina de 6 jovens moradores de Nilópolis.

Cristiane Cardoso Do G1 RJ
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Gerusa Gonçalves, mãe de Wallace, um dos suspeitos de envolvimento com o tráfico na Favela da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, preso pela polícia na terça-feira (11), aguarda na porta da 53ª DP (Mesquita) por notícias sobre uma possível transferência do filho para o Presídio de Bangu. Gerusa, que está desde a manhã desta quarta-feira (12) na entrada da delegacia, afirma que o jovem não tem envolvimento com a morte dos seis rapazes de Nilópolis, na noite de sábado (8), ou com tráfico.
Wallace, de 22 anos, foi detido dentro da casa da acusada conhecida como “Loira”, que havia oferecido a ele um emprego, segundo informou Gerusa. A mãe também disse que, no momento em que a polícia entrou na favela, o jovem estaria buscando documentos de identidade e CPF na casa de “Loira”. Junto com a mulher e Wallace, também foi detido Daniel, de quem seriam as drogas encontradas na casa. Segundo Gerusa, a própria “Loira”, no momento da prisão, teria apontado Daniel como o dono das drogas.

“Se eu tivesse qualquer dúvida que meu filho estaria envolvido com a morte desses meninos ou com drogas, eu não estaria aqui na porta da delegacia”, desabafou Gerusa. A polícia ainda está investigando o envolvimento de Wallace com as drogas encontradas e com as mortes dos seis jovens.
O delegado Júlio da Silva Filho, titular da 53ª DP (Mesquita), encaminhou à Justiça, na manhã desta quarta-feira (12), o pedido de prisão temporária de 30 dias, contra os líderes do tráfico na comunidade da Chatuba, na Baixada Fluminense, suspeitos de envolvimento na chacina dos seis adolescentes.
Até o momento, 20 pessoas foram presas, sendo 17 homens, duas mulheres e um adolescente. A operação realizada na terça-feira (11) na comunidade já resultou na apreensão de grande quantidade de drogas, um fuzil com luneta, uma submetralhadora e dois revólveres, além de cerca de R$ 28 mil em espécie.
Segundo o coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, a partir da ocupação definitiva da comunidade vai ser instalada uma Companhia Destacada, com efetivo de 112 policiais. "É uma resposta imediata aos atos bárbaros que foram cometidos no final de semana. O relato dos moradores é dramático. A convivência com esses marginais fazia parte da rotina deles. Essa ação é uma reconquista desse território e uma garantia de tranquilidade aos moradores", completou Caldas.
Segundo moradores que preferiram não se identificar, a chegada da polícia aconteceu em boa hora. "Moro aqui há 55 anos e a situação estava ficando cada vez pior. Espero que agora as coisas melhorem", disse uma moradora, ressaltando que tinha receio até de chegar ao portão de casa.
Posto de saúde na Chatuba permenece fechado nesta quarta-feira (Foto: Marcos Tristão / Ag. O Globo)Posto de saúde na Chatuba permenece fechado nesta quarta-feira (Foto: Marcos Tristão / Ag. O Globo)

A onda de violência na Chatuba e a ocupação policial na comunidade deixam cerca de quatro mil alunos sem aula nesta quarta. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura de Mesquita, seis escolas, duas creches e dois postos de saúde permanecerão fechados pelo segundo dia consecutivo.
Já as unidades da rede estadual voltam a funcionar normalmente, segundo a Secretaria Estadual de Educação. Na terça-feira (11), 14 unidades de educação, no total de 9 mil alunos, não tiveram aulas por conta da operação de ocupação da Chatuba.

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