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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Aeroporto de Cumbica passa a ser administrado pela iniciativa privada

Infraero irá supervisionar concessionária até fevereiro de 2013.
Obras de reforma e ampliação já haviam sido iniciadas.

Nathália Duarte Do G1 SP
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500 operários trabalham em obras no aeroporto (Foto: Nathália Duarte/G1)500 operários trabalham em obras no aeroporto
(Foto: Nathália Duarte/G1)
O Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, passa, a partir desta quinta-feira (15), a ser administrado pela concessionária que venceu, em fevereiro deste ano, o leilão para assumi-lo. Até fevereiro de 2013, no entanto, a companhia será supervisionada pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
A Concessionária Aeroporto Internacional de Guarulhos S.A. é formada pelo Grupo Invepar e pela operadora sul-africana ACSA. Juntas, as empresas detêm 51% da administração do aeroporto e a Infraero fica com os outros 49%. Dos 51% da iniciativa privada, a Invepar tem participação de 90% e a ACSA, de 10%.
Após a assinatura do contrato entre a concessionária e a Infraero, em junho deste ano, a estatal passou a administrar o aeroporto sob a supervisão das empresas privadas. Nesta quinta, a situação se inverte e a concessionária assume o controle da operação, porém com supervisão da Infraero. Apenas no dia 15 de fevereiro deste 2013 a concessionária deverá assumir o controle total da operação. Por um valor de R$ 16,2 bilhões, o consórcio obteve o direito de administrar o Aeroporto de Guarulhos por um período de 20 anos, até junho de 2032.
Ampliação e reformas
A concessionária que venceu o leilão para administrar o aeroporto já havia apresentado, em setembro deste ano, o projeto de ampliação e reforma previstas até a Copa de 2014. A principal obra, a construção do Terminal 3, possibilitará o fluxo de aviões de classe F, de maior porte, como o Airbus A-380 e o Jumbo 747-800. O novo terminal terá ainda um hotel cinco estrelas para passageiros em conexão.
Segundo o presidente da concessionária, Antônio Miguel Marques, as obras em Cumbica contarão com o investimento de R$ 2,6 bilhões até 2014. No valor já está a adequação da pista 9, que passará de 45 metros para 60 metros de largura para receber aviões de classe F. As aeronaves, segundo Marques, não operam no Brasil devido a restrições aeroportuárias.
Para passageiros em conexão, o Terminal 3 terá um hotel cinco estrelas na área de imigração com 50 quartos para quem precisar esperar por voos no dia seguinte. Também até a Copa, um outro hotel cinco estrelas com mais de 200 quartos deverá ser construído próximo ao aeroporto, ligado ao empreendimento por uma passarela.
O Terminal 3 terá capacidade de 12 milhões de passageiros por ano. As obras, que envolvem reforma nas pistas e dos terminais 1 e 2, deverão afetar a operação em Cumbica. Por isso, a previsão é que as obras sejam executadas, principalmente, na madrugada, período de menor fluxo de passageiros.
Até o fim da concessão, em 2031, a concessionária responsável pela reforma e ampliação do Aeroporto Internacional de Guarulhos espera ampliar o fluxo de passageiros dos atuais 32 milhões anuais para 60 milhões. Nos 20 anos de concessão também serão ampliadas as vagas de estacionamento de carros e as posições de parada de aeronaves.
Conceito asiático
O novo terminal terá 192 mil metros quadrados. “O espaço usa o conceito asiático de funcionalidade e conforto aos passageiros. Haverá um grande investimento em uma estrutura de shopping center, com lojas, restaurantes, salas vip e áreas de descanso”, diz o presidente da concessionária.
(Veja ao lado um vídeo com a simulação do projeto, divulgado pela concessionária em setembro)

A reforma prevê também um novo processador de bagagens para agilizar o serviço e a modernização dos sistemas de iluminação e de segurança nos terminais 1 e 2 do aeroporto.

O novo edifício-garagem, com previsão de entrega no primeiro semestre de 2013, terá 85 mil metros quadrados e cerca de 2,4 mil vagas. Com ele e a reordenação do atual estacionamento, são previstas 10 mil vagas de estacionamento até a Copa de 2014. Para 2016, o aeroporto deve completar 20 mil vagas, com a construção de outros dois edifícios-garagem.
Para facilitar o fluxo de passageiros e a chegada ao aeroporto, a concessionária projeta também um terminal rodoviário com capacidade para 22 ônibus. Também são esperadas as conclusões de obras do Rodoanel e da Linha 13-Jade, da CPTM, que terá uma estação no próprio aeroporto para receber trens vindos do Brás.

O Aeroporto de Guarulhos tem atualmente 54 posições para o estacionamento de aeronaves. Até o fim da concessão deverão ser 130 posições, sendo 34 só até a Copa do Mundo. Nas pistas, outras alterações previstas são a reforma de pistas de rolamento, a construção de saídas rápidas para as aeronaves e a instalação, segundo a concessionária, de equipamentos de segurança e áreas de escape nas cabeceiras das pistas.

Mesmo com as obras já iniciadas, os responsáveis afirmam que o prazo para entrega das obras antes da Copa é apertado. “Não temos tempo nem espaço para errar”, diz Marques. Para agilizar as obras, o projeto tem estruturas pré-moldadas, vãos e medidas padronizados e paredes retas. As obras no aeroporto começaram há uma semana e cerca de 500 operários trabalham no local.

Com a conclusão de todas as obras, o Aeroporto de Guarulhos terá quatro terminais. Os de número 1 e 4 serão destinados apenas a voos domésticos. O terminal 2 receberá voos mistos e o 3 terá voos internacionais, de maior duração e com aviões de maior porte.

Aviões gigantes
O diretor de Segurança e Voo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEA), comandante Ronaldo Jenkins diz que as obras são necessárias para receber o Airbus A-380 e o Jumbo 747-800. "A ampliação da largura da pista é positiva e vai aumentar as possibilidades de operação do aeroporto. Guarulhos até já recebeu essas aeronaves de grande porte, mas são necessárias operações especiais para isso", afirma.
Ele explica que nas condições atuais, a amplitude das asas das aeronaves supera a da pista, o que aumenta o risco das operações já que parte das asas pode ficar sobre região de gramado, onde a chance de uma colisão com aves ou pedras é maior.
Obras no aeroporto de Cumbica (Foto: Arte/G1)
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