Livro de Maurício Murad revela que na última década país superou Itália e Argentina. Especialista diz que baderneiros são minoria nas organizadas
- A repressão em curto prazo, a prevenção no médio prazo e a reeducação no longo prazo. Com medidas públicas, legislação, com proibição de bebida alcoólica. Se controla e coloca a agressão e a violência sob a sociedade, sob a justiça, sob a lei e sob a ordem. E não ao contrário, como se vê hoje - disse Maurício Murad.
Confusão de torcida na Vila Belmiro. Brasil lidera triste ranking (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)
O sociólogo, que esteve nesta sexta-feira no "Redação SporTV" lançando o livro "Contos da Colina", escrito com Nei Lopes e Luis Maffei, ressaltou que a relação bélica entre as torcidas organizadas começou no início dos anos 70, expressando historicamente o militarismo que estava no poder. De acordo com o seu estudo, os marginais são uma minoria dentro das torcidas organizadas.- As torcidas se tornam militarizadas e passam a agir como se fossem pelotões e contingentes militarizados. E depois, com a articulação com o crime organizado, isso tudo gera esse confronto horroroso que agride a nossa consciência e que precisa ser contido já. O Brasil é o maior país do mundo por morte de confrontos entre torcedores. Isso é gravíssimo. Os marginais são a minoria das torcidas organizadas, entre 5% e 7%. É uma minoria perigosa, que tem que ser contida. Eles são armados e treinam lutas em academias clandestinas - disse Murad.
Clássicos geralmente despertam a preocupação pela questão da segurança. Talvez um dos poucos em que a tranquilidade reina entre as duas torcidas é Vasco x Botafogo. Os times se enfrentam neste domingo, pela Taça Rio, segundo turno do Campeonato Carioca. Maurício Murad lembrou que esta relação preserva o histórico do futebol no início do século XX.
- O time vencedor pagava um jantar para a torcida do time perdedor. Há uma declaração célebre da vascaína Dulce Rosalina, primeira mulher a ser chefe de torcida organizada no Brasil, em que ela dizia o seguinte: "Já perderam, né? Vamos pagar para eles". Isso é de uma generosidade! O Jaime de Carvalho, chefe da Charanga Rubro-Negra, foi escolhido como representante de todas as torcidas do Rio de Janeiro e do Brasil na Copa de 54, na Suíça - disse o estudioso do futebol.
Fonte: SPORTV
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