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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Guerreiros desbancam Máquina e fazem melhor biênio da história em Brasileiros


dom, 04/12/11
por joao marcelo garcez |
Tricampeão brasileiro em 2010, o Fluminense pode se orgulhar bastante de sua campanha na defesa do título. Terceiro colocado este ano, o clube não é superado por nenhum outro do país no último biênio, em que se classificou consecutivamente à Taça Libertadores da América, algo inédito em sua história. Nem mesmo o Corinthians, o vencedor desta edição, teve performance tão sólida, vez que a terceira posição do ano passado, ao contrário deste, valeu-lhe apenas o passaporte à fase eliminatória da competição internacional (e nela ficou, derrotado que foi pelos colombianos do Tolima).
Dono do ataque mais positivo do Campeonato Brasileiro com 60 gols, o Fluminense, por um, não teve também o artilheiro da competição (por outro lado, os 51 sofridos expõem a fragilidade da defesa, que este ano em nenhum momento se acertou). Fred marcou 22 vezes e terminou na cola de Borges. Convocado para servir a Seleção Brasileira durante a Copa América no meio do ano, o capitão tricolor, que fez um returno impecável, talvez agora lamente as duas partidas que pediu para não jogar, contra Internacional e América-MG, ainda no primeiro turno (o atacante tivera problemas com torcedores e se disse inseguro para atuar).
Ainda assim, “A máquina de gols do Fluminense”, como o chamou o site internacional Goal.com, superou a marca de Washington em 2008 (21 gols) e se tornou o maior artilheiro da história tricolor numa edição do Campeonato Brasileiro. Para alegria de um craque do passado, Romerito, que em visita às Laranjeiras esta semana disse ter sido este o grande ano de Fred no Flu.
Que venceu 20 das 38 partidas (12 só no returno, o “Clausura” do Brasil, do qual o time de Abel saiu vencedor), perdeu 15 e empatou apenas três, provando que jogar para vencer, mesmo com todos os riscos envolvidos, é estrategicamente muito mais inteligente, sobretudo em um campeonato cujo primeiro critério de desempate é o número de vitórias. O Palmeiras, por exemplo, só perdeu menos que o campeão, o vice e o Fla. Em compensação, empatou quase um turno inteiro (17) e ficou estacionado no meio da tabela. Já o time de Vanderlei Luxemburgo foi derrotado apenas sete vezes (menos da metade dos reveses tricolores) e mesmo assim terminou atrás do Flu.
Pela primeira vez desde a edição inaugural do Campeonato Brasileiro em 1959, vencido pela Bahia, o Fluminense terminou entre os três primeiros em anos seguidos. Algo surpreendente, sobretudo neste 2011, que, depois de um primeiro semestre de muitas turbulências no clube, parecia fadado ao fracasso. Assim, com o desempenho, o grupo alcunhado de Time de Guerreiros superou a Máquina Tricolor, terceira em 1975 e quarta em 1976, e a geração de Roni e Magno Alves, terceira em 2001 e quarta em 2002, escrevendo mais um capítulo notável na gloriosa história tricolor. Quiçá coroada com o título das Américas.
Torcida, com certeza, não vai faltar.
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Contra o Botafogo, na última rodada, ficou claro que o Flu nada queria além do precioso ponto que lhe daria, sem depender de ninguém, a vaga direta à Libertadores. Fez 1 a 0 com Fred no início e, apesar de ter tomado o gol de empate logo em seguida, optou por cozinhar a partida e administrar o resultado que lhe convinha. O Botafogo ainda saiu reclamando de um gol anulado, mas este nem os comentaristas de arbitragem chegaram a qualquer conclusão sobre a saída ou não da bola após a batida de escanteio.
Pelo futebol que (não) apresentou, o Flu pode levantar as mãos para o céu por não ter saído derrotado de Volta Redonda, onde se mantém invicto agora há 11 partidas (nove vitórias e dois empates). O 1 a 1 foi injusto para o Botafogo, que criou as melhores oportunidades da partida. Diego Cavalieri fez duas defesas à queima-roupa, garantindo o ponto almejado pelos tricolores e por Conca, que foi até o estádio torcer pelo Flu (foto).
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O time sai de férias ao término da última rodada e se reapresenta dia 4 de janeiro, para exames médicos antes da pré-temporada em Mangaratiba. Abel escalará reservas no início do Estadual, aumentando o período de preparação visando à participação na Libertadores. Pretende repetir a fórmula que deu certo no Internacional, clube em que conquistou a Libertadores e o Mundial há cinco anos.
A diretoria anuncia esta semana os jogadores que serão dispensados do elenco, mas esperará para divulgar os reforços. Com negociações em curso, o clube teme a inflação do negócio envolvendo atletas que têm seus nomes confirmados pela imprensa antes da assinatura do contrato.
Abel (foto) já passou a Marcelo Teixeira as carências do elenco (entre eles, um zagueiro e um volante com mais recursos, espera-se). O vice de futebol corre agora para apresentar os novos jogadores a tempo de estes participarem da pré-temporada com o restante do elenco.
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LDU, Boca Juniors, Arsenal… A Libertadores de 2012 está ou não muito parecida com a de 2008? Só faltou o São Paulo nesta turma, que perdeu a última vaga para o Internacional ao apagar das luzes.
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Vítima de infecção generalizada, foi-se um dos gênios de geração dirigida por Telê Santana. No Rio, Sócrates jogou pelo Flamengo nas temporadas de 1985 e 1986 e foi técnico do Cabo Frio, em 1999. Justas as homenagens pelo país.
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Parabéns, Corinthians! Linda temporada, Vasco!
O Fluminense aplaude suas conquistas e espera encontrá-los, breve, na Libertadores, para duelos tão emocionantes como os que vimos neste empolgante Brasileiro, que se encerra com o trio na linha de frente.
  Fonte: Globo esporte

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