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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Resgate tricolor

qua, 07/12/11
por joao marcelo garcez |
Finalistas do Prêmio Craque do Brasileirão, da CBF, o lateral-direito Mariano e o meia Deco estiveram segunda-feira em São Paulo para a fria – e até constrangedora – cerimônia da entrega dos troféus. Ao contrário de seus companheiros, Fred, vice-artilheiro do campeonato, com 22 gols, formou o ataque da seleção do campeonato com Neymar, mas como na cerimônia da Bola de Prata, da Placar, não compareceu. Coube ao seu amigo Conca, Bola de Ouro na edição de 2010 (foto) e de férias no Brasil, receber o troféu em seu nome. Já o meia luso-brasileiro o fez na cerimônia da noite, estrelada como a constelação de craques das Laranjeiras nos últimos anos. Mas nem sempre foi assim…
Após o bicampeonato brasileiro, em 1984, quando Romerito e Tato faturaram a Bola de Prata, o Fluminense viveu um período de carências que coincidiu com o declínio técnico vivido pelo clube no fim dos anos 80 e que atravessou praticamente toda a década seguinte. Por isso, de 1985 a 2004, apenas dois jogadores tricolores foram eleitos os melhores em suas posições – Renato Gaúcho (atacante), em 1995, e Roger (meia), em 2001.
A partir de 2005, porém, o clube viveu um boom de atletas premiados, algo que também coincidiu com a progressiva melhora dos resultados esportivos do time em campo, em que voltou a conquistar títulos expressivos e a figurar em decisões internacionais. Desde então, muitos foram os atletas do Flu que levantaram o troféu e o nome da instituição na mais tradicional premiação esportiva do país (desde 1970, ano do primeiro título brasileiro do Flu). Petkovic, em 2005, Thiago Silva e Thiago Neves, em 2007, Mariano e Conca, em 2010, e Fred, em 2011 ganharam a Bola de Prata. Thiago Neves, com ineditismo para o Flu, e Conca foram além a faturaram também a Bola de Ouro (troféu destinado ao melhor jogador da competição) em 2007 e 2010.
Oito troféus em sete edições, média superior a um por temporada. Números que denotam a mudança (ou o regresso) de patamar do Flu, decano dos gigantes brasileiros, na escala nacional. Para orgulho de uma nação de torcedores e alívio de uma geração balzaquiana que cresceu acompanhando o clube fazendo o movimento inverso.
Algo que traduz um belo trabalho de resgate da marca, hoje muito respeitada até no cenário internacional, com exaltações a seus craques, como a Conca, ano passado, e manchetes até temerosas quanto a futuros enfrentamentos, caso do Diário Olé, da Argentina (foto), que disse ser o Fluminense “o adversário a ser batido” pelo Boca Juniors, na próxima Libertadores. Isso, claro, depois de o Tricolor ter sido o primeiro clube brasileiro, desde o Santos de Pelé, a desbancar o clube argentino na competição, em 2008.
Respeito não se compra. Se conquista. Notável, o Flu fez por onde. E conseguiu o seu.
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Tirar leite de pedra parece ser algo impossível, mas o Flu, de maneira racional, austera e organizada, vem conseguindo. Depois de voltar ao Ato Trabalhista, na última semana, o clube, que não mais terá suas rendas penhoradas pela Justiça, aumentou sua receita na venda de ingressos com um simples “aperto” na exigência de documentos no ato de compra. Com esta medida, “a farra do boi” foi deixada de lado e a venda de meias-entradas, antes representado pelo expressivo percentual de 51% da carga total, caiu para apenas 36% em 2011.
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Com previsão de reinauguração no começo do próximo ano, a nova sala de troféus do Fluminense deverá impactar. Antes localizada num espaço apertado ao lado do saguão do restaurante, ganhará agora todo o lugar antes destinado à Biblioteca Coelho Neto, que será anexada a ela. Em visita à obra, fiquei bem impressionado com a importância que vem sendo dado a este patrimônio, que cultuará a preservará a memória do clube, através de uma linha do tempo com fotos raras e conteúdo multimídia (gols, ídolos…), lembrando um pouco o Museu do Futebol, em São Paulo.
 Fonte: Globo esporte

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