Com as lembranças da eliminação quádrupla em 4 de maio do ano passado, brasileiros encaram poder descentralizado no continente
Clique sobre os grupos dos brasileiros para ter mais detalhes:
Que o diga o Fluminense. Em 2008, para chegar à final, passou por dois argentinos, Arsenal e Boca Juniors, e por um brasileiro especialista na disputa, o São Paulo. Na final, caiu para a LDU, equatoriana. Que o diga o Inter. Em 2010, no caminho para o título, superou dois argentinos, Banfield e Estudiantes, e também derrubou o São Paulo. Um ano depois, parou em um uruguaio.
saiba mais
Desde 1992, sempre há ou um brasileiro, ou um argentino na final. Em oito anos, ambos: ou um de cada país, ou dois do Brasil. Mas há novas forças. É o caso da LDU, campeã da Libertadores em 2008, bicampeã da Recopa em 2009 e 2010, campeã da Sul-Americana em 2009 - mas que não se classificou para a disputa deste ano. É o caso do Universidad de Chile, ganhador invicto da Sul-Americana de 2011. E pode ser o caso do futebol uruguaio, campeão da Copa América, semifinalista da Copa do Mundo, presente com o Peñarol na última decisão da Libertadores.A impressão é de que ser campeão da Libertadores ficou mais difícil. É o que pensa Felipe, vencedor com o Vasco.
- Em 1998, quando enfrentamos o River Plate na semifinal, todos disseram que aquela era a decisão antecipada da Libertadores. A final foi contra o Barcelona de Guaiaquil, numa época em que os times do Equador não eram tão fortes. Hoje, a Libertadores está muito mais difícil, pois não são apenas os times da Argentina que fazem frente aos brasileiros. Atualmente vemos equipes do próprio Equador, do Chile e do Uruguai, por exemplo, na briga pelo título – comentou o jogador.
Neymar, D'Alessandro, Fred, Ronaldinho Gaúcho, Juninho, Alex: brasileiros entram com elencos fortes na edição de 2012 da Libertadores (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
Se os brasileiros tiveram um recado no ano passado, os vizinhos de continente são obrigados a manter o cuidado que costumam ter. A competição teve 51 edições, e o Brasil ganhou 15 títulos. Deles, dez foram nas duas últimas décadas. O São Paulo, zerado até 1992, ganhou três. O Inter, zerado até 2006, venceu dois. A presença constante dos brasileiros nas fases finais leva o treinador da Seleção nacional, Mano Menezes, a demonstrar otimismo.- Pela primeira mostragem, que foi passar pela pré-Libertadores, os clubes brasileiros cumpriram o seu papel. Flamengo e Internacional tiverem um bom desempenho, o Inter com um adversário um pouco mais difícil. O Flamengo fez a lição de casa. Jogar a 4 mil metros de altitude é duro, e eles conseguiram se classificar. É um torneio, e torneio é o retrato do momento. Os times começam com dificuldades, passam pela fase de grupos, se afirmam e daí sai o campeão. E nos últimos anos o futebol brasileiro está sabendo disputar esse torneio – afirmou o treinador.
O Corinthians não parece ter um grupo dos mais assustadores. Ali estão o Cruz Azul, vice-campeão em 2001, mas que vai apenas para sua terceira participação, mais Deportivo Táchira e Nacional-PAR, habituados a não ir longe. Mesmo assim, bate uma preocupação – não custa lembrar a queda do Timão para o Tolima na pré-Libertadores do ano passado.
- Mesmo que a estrutura não seja das melhores, há times que estão conseguindo acertar a mão com talentos. Esse é o grande diferencial. As equipes estão buscando estrutura. Hoje o futebol está mais nivelado, mais organizado. Há algum tempo, as coisas eram mais bagunçadas. Mas hoje, por mais que não tenham muito dinheiro, existem clubes que têm boa estrutura e profissionais que conseguem montar bons elencos. É fácil achar jogadores bons por aqui na América e, assim, formar equipes competitivas, mesmo que de países “menores” – analisou o meia-atacante Alex.
Nem só de Boca Juniors, do craque Riquelme, é
feita a Libertadores (Foto: Reuters)
Os únicos países que brasileiros não enfrentarão na primeira fase da Libertadores são Chile e Colômbia. Há três oponentes argentinos, três paraguaios, dois peruanos, dois venezuelanos mais um boliviano, um equatoriano, um uruguaio e um mexicano. É daí que sairão os 16 integrantes das oitavas de final, depois os componentes das quartas. No ano passado, entre os oito finalistas, havia sete países diferentes: Paraguai (Cerro Porteño e Libertad), Colômbia (Once Caldas), México (Jaguares), Argentina (Vélez Sarsfield), Uruguai (Peñarol), Chile (Universidad Católica) e, claro, o Santos. Descentralização.feita a Libertadores (Foto: Reuters)
O Flu é o carro abre-alas dos brasileiros na fase de grupos ao receber o Arsenal às 22h desta terça-feira. Um dia depois, o Vasco recebe os uruguaios do Nacional. Na quinta, é vez de o Inter pegar o Juan Aurich no Beira-Rio. Na semana seguinte, todos na quarta-feira, fazem sua estreia o Santos (contra o The Strongest na Bolívia), o Flamengo (diante do Lanús na Argentina) e o Corinthians (frente ao Deportivo Táchira na Venezuela).
E um adendo: em 2012, ano bissexto, o 4 de maio cai numa sexta-feira. Os jogos da Libertadores, felizmente, vão de terça a quinta...
* Colaboraram Márcio Iannaca, Gustavo Rotstein e Gustavo Serbonchini.
Fonte: Globo Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário