Operários param obras em Brasília, e consórcio intervém para normalizar

Funcionários reclamam de salários, benefícios e outros detalhes. Diálogo define retorno imediato ao trabalho. É o quarto estádio com foco de greve

Por GLOBOESPORTE.COM Brasília

O Estádio Nacional de Brasília, em obras para a Copa do Mundo 2014, entrou nesta quarta-feira para a lista de paralisações por parte de seus operários. Antes, Mineirão, Maracanã e Recife já haviam tido foco de greve. As reclamações dos funcionários têm ênfase nos salários pagos e em benefícios, segundo eles, abaixo da média. Por isso, houve um piquete, o consórcio e o sindicato foram acionados, e a promessa é que a situação será normalizada já para nesta quinta-feira.
As autoridades ligadas ao trabalho concederam alguns dos itens e asseguraram que vão avaliar nos próximos dias a sequência da pauta de reivindicações. Tudo para que o caso não se estenda para uma greve e atrase a adiantada reforma na capital do país.

Com obras adiantadas, Brasília teve ameaçada de greve controlada nesta quarta (Foto: Divulgação/Fifa.com)

Ao lado do Rio de Janeiro, com o Maracanã, Brasília será sede de sete partidas do Mundial e também vai receber a Copa das Confederações. A previsão de entrega do estádio, com obras a 40% da conclusão, é dezembro de 2012.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário do Distrito Federal, Raimundo Salvador, os operários pediam reajuste dos chamados prêmios de produtividade, que são pagos quando são atingidas determinadas metas traçadas pelo consórcio. Também pediram aumento nas horas extras, um plano de saúde e adiantamentos salariais até o dia 20 de cada mês. Entre as reivindicações na área das condições de trabalho, pediram melhorias no refeitório da obra, pagamento de uma cesta básica, e a realização de um recesso de fim de ano para os operários.
O consórcio diz ter sido pego de surpresa, já que afirma não ter recebido nenhuma queixa dos trabalhadores mas, na reunião de hoje, já aceitou algumas reivindicações. Os operários terão um recesso entre os dias 24 de dezembro e 2 de janeiro, e também foram aceitos o adiantamento salarial e as melhorias pedidas no refeitório. Os pontos relacionados a remuneração, no entanto, serão analisados e discutidos ao longo dos próximos dez dias já que, segundo o consórcio, exigem uma "engenharia financeira".
- Eles se mostraram o tempo todo com ânimo para negociar, não criaram nenhum impedimento. Agora, a gente está voltando amanhã com essa ressalva. Se em dez dias eles não voltarem a nos chamar para negociar, a gente volta a parar os trabalhos - diz Salvador.
Confira a nota do consórcio:
- Os trabalhos na obra vinham se desenvolvendo normalmente até a manhã de hoje, quando parte dos operários realizou um piquete;
- Uma vez que não houve qualquer comunicação prévia da parte dos trabalhadores, o Consórcio imediatamente solicitou a presença do sindicato da categoria para ouvir, de forma organizada, os líderes sindicais e entender os motivos da paralisação;
- Uma comissão formada por oito representantes dos trabalhadores e dois representantes do sindicato passou a expor as reivindicações. Todas foram devidamente analisadas e discutidas pelo Consórcio, que apresentou suas propostas;
- O resultado da negociação foi o atendimento de alguns pontos colocados pelos sindicalistas e o compromisso da continuidade da negociação em torno das reivindicações mais complexas;
- O compromisso assumido pelos trabalhadores foi a da RETOMADA IMEDIATA das atividades, em condições normais, a partir desta QUINTA-FEIRA (27/out);
- O Consórcio reitera que cumpre à risca a legislação trabalhista e as normas de segurança , conforme ficou atestado nas frequentes fiscalizações dos órgãos trabalhistas que o canteiro de obras recebe semanalmente Fonte:Globo