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domingo, 6 de novembro de 2011

Escola, futsal, amigos e o moicano: a trajetória de Neymar até o Santos

EE' mostra o colégio e conversa com pessoas que ajudaram o craque a se tornar o mais jovem brasileiro indicado ao prêmio de melhor jogador do mundo

Por GLOBOESPORTE.COM Santos, SP
Aos 11 anos, Neymar ainda não brilhava, mas chamava a atenção na Portuguesa Santista. Aos 12, era o craque do time de futsal da escola. Em 2011, aos 19, se tornou o brasileiro mais jovem a ser indicado pela Fifa ao prêmio de melhor jogador do mundo. O atacante do Santos está em uma lista que contém 23 nomes, entre eles o de craques como o argentino Lionel Messi e o português Cristiano Ronaldo. E de todos eles, apenas Neymar não atua na Europa.
Mas antes de brilhar no Santos e chegar à Seleção Brasileira, o menino de Mogi das Cruzes-SP contou com a ajuda de muita gente para alcançar o sucesso. Ainda na Portuguesa Santista, Fino, o técnico da época, conseguiu uma bolsa de estudos em um colégio particular. O Tio Gil, diretor da escola, relembra como tudo aconteceu:
- O Fino trouxe ele e disse: "Gil, pra gente trazer ele tem que dar uma ajuda grande, porque ele e a família precisam". Aí eu disse: "Vamos ajudar, se ele é bom, vamos ajudar". Eu trouxe também a irmã, que estudou junto com ele. Já que eu estava dando bolsa pra ele, também precisava ajudar os dois para que eles viessem juntos para Santos - disse Hermenegildo Miranda, o Tio Gil.
Os primeiros sinais do futuro: "Neymar é candidato a ídolo"
Frame - Neymar escola EE (Foto: Reprodução )Manchete de jornal destaca desempenho de Neymar
no torneio de futsal da escola (Foto: Reprodução )
Foi no futsal do colégio que Neymar marcou seus primeiros gols que ganharam destaque. Craque do time da escola em 2004, foi vice-campeão do torneio escolar promovido pela TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista. Apesar de não ter ficado satisfeito com o segundo lugar, foi destaque nos jornais e ganhou até manchete: "Neymar é candidato a ídolo".
Na quadra, Neymar encontrou Dudu, amigo e companheiro de time que mais vezes atuou ao lado dele. Pode-se dizer que Dudu foi o Paulo Henrique Ganso de Neymar desde a infância. E você acredita que o amigo foi melhor que o Neymar... na Matemática.
- Comecei com o Neymar no Tumiaru quando tinha 5 anos. Fomos fazer um teste, a gente se encontrou, acabou caindo no mesmo time e dos 5 até os 15 anos jogamos juntos. Na escola, o Neymar era um poquinho pior que eu na matemática, mas nas outras matérias ele igualava. Pelo menos na matemática eu era melhor - brincou Dudu.
Problema com a matemática ficou no passado
Se Neymar driblava todo mundo no futebol, ele não tinha tanta facilidade assim quando precisava passar pela dona Vilma, a professora de Matemática. Ela conta que o santista era um aluno mediano, mas não era bagunceiro.
Frame - Neymar escola EE (Foto: Reprodução )Neymar levanta troféu de campeão na escola, após
amargar o vice um ano antes (Foto: Reprodução )
Atualmente, Neymar parece não ter mais problemas com os números e  cifras. Com apenas 19 anos é um dos atletas mais bem pagos do país e é imbatível nas estatísticas: 62 jogos na temporada entre Santos e Seleção (jogador que mais atuou) e 32 gols marcados. Resultado, ganhou praticamente tudo que disputou em 2011: Paulistão, Libertadores e Sul-Americano Sub-20.
- O que a gente sempre percebia no Neymar era que ele gostava de jogar futebol. Um aluno muito companheiro, sempre se dando muito bem com os amigos. Em relação ao corpo docente, nunca nos deu problemas maiores de disciplina, era uma criança comum - relatou Maria Antônia Rafacco, coordenadora da escola.
Quem teve que encarar um problemão foi Mateus, professor de Educação Física. Em 2005, Neymar estudava de manhã e treinava à tarde no Santos. Com isso, dificilmente ele ia aos treinos da escola e os companheiros do colégio ficavam indignados. O professor resolveu o problema rapidinho, como conta:
- Ele não treinava porque tinha treino no Santos de futsal e futebol de campo. Então, os meninos da equipe queriam saber por que ele não treinava, e a gente justificou que ele tinha os treinos no Peixe e não podia treinar aqui. Uma vez pedimos pra ele vir, faltar lá e vir aqui. Ele veio, participou do treino, arrebentou, fez gol, deu chapéu, deu caneta. Aí o pessoal ficou satisfeito, os meninos entenderam porque ele não vinha treinar.
Depois de amargar o vice no ano anterior, o time de Neymar foi campeão escolar no ano seguinte e mais uma vez ele foi o destaque. Aos 13 anos, fora de campo, já dava autógrafos e ganhava a atenção das meninas. Dentro dele, resolvia.
- Era um cara diferenciado. Com certeza, quando apertava era só dar no pé dele que ele resolvia, como faz até hoje - disse Ricardo Nascimento, que jogou com Neymar nas categorias de base do Santos.
O tempo passa e as coisas mudam: o moicano
O contato com os amigos de infância ficou cada vez mais distante, mas Dudu sabe que a rotina profissional do craque não é fácil e espera encontrar o "irmão" brevemente para dar um abraço. Hoje, além de jogador de futebol, Neymar é uma celebridade. São jogos, treinos, compromissos com patrocinadores, festas... Fica difícil ter tempo, mas um amigo ele faz questão de encontrar: Cosme, o "artista" que colocou o moicano no cabelo de Neymar quando ele tinha 15 anos.
- Foi durante um jogo dele no juvenil. Ele tinha cabelo enrolado na época. Eu falei: "Vamos mudar, um cabelo diferente? Moicano, vamos?". Ai ele fez o moicano. Foi até meio polêmico, porque o pai dele não sabia - contou o cabeleireiro do craque.
MONTAGEM Neymar santos moicano pente  (Foto: Fábio Maradei / Santos FC)Neymar prepara o seu moicano para entrar em campo pelo Santos (Foto: Fábio Maradei / Santos FC)
Cosme já fez o moicano em Neymar diversas vezes, mas cortou sua "arte" quando não devia e levou uma bronca do menino. Tanto que o menino foi para o profissional do Peixe e fez o primeiro gol sem estar com o moicano na cabeça.
Assim como Neymar, o moicano cresceu novamente. O garoto magrinho e abusado das quadras de futsal virou ídolo e agora leva multidões aos estádios. São torcedores que querem ver o Menino da Vila driblar, e torcedoras histéricas que já ganharam até o apelido de "Neymarzetes". O atacante do Santos e da Seleção é um dos principais jogadores do país do futebol e já assinala como um dos melhores do mundo.
    FONTE: GLOBO ESPORTE

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